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LUGAR DOS ROMANZINHOS

Depois de cinco anos de crise

17:51 24/11/2009

Passados cinco anos desde que a Convenção aprovara o Projecto de Tratado Constitucional, e ratificado finalmente o Tratado de Lisboa, a União Europeia elegiu o Presidente do Conselho, Herman Van Rompuy, e a Alta Representante de Assuntos Exteriores e de Política de Segurança, Catherine Ashton. Rematou com isso um longo período de crise institucional, no que o processo de ratificação fora interrompido polos referendos negativos de França e Holanda e o desestimento posterior de Estados como o Reino Unido e, depois de recuperado o fundamental do texto constitucional com o Tratado de Lisboa, polas consultas de Irlanda e a obtsrução dos presidentes de Polonia e a República Checa. Um tempo perdido quando mais falta fazia a presença internacional da União.

Sendo particularmente grave, a crise foi uma das motivadas pola regra da unanimidade estabelecida para aprovar questões transcendentes, entre elas os Tratados. Lembre-se neste senso que até chegar aqui o Parlamento Europeu ratificara por maioria tanto o Tratado Constitucional como o Tratado de Lisboa e que os textos foram também assinados por todos os presidentes de Estado  ou  de Governo e ratificados posteriormente pola maioria das instituições estatais.
Agora, para além de quem governe em Italia ou em Hungria, quem presida a Comissão, de que deputados elegêramos para o Parlamento Europeu ou de quem terme das novas responsabilidades, a notícia é que sendo a primeira economia do planeta, representando a 500 mihões de cidadãos e assumindo posições não militaristas, a União Europeia fica melhor preparada para estar no mundo como uma potência civil.

Porém, o que saíu de paseio foram todos os tópicos e prejuizos acostumados, desde o tão reseso de a quém deveria chamar Kissinger por telefone até o suposto desprezo de Alemanha e França polas novas responsabilidades no Conselho Europeu, preocupadas disque só por ocupar carteiras importantes na Comissão, qualificando assim a algumas comparativamente pouco principais, ou por eleger a persoas pertecentes aos Estados fundadores, um argumento desmentido pola procedência portuguesa -mais concretamente transmontana- e polonesa dos responsáveis da Comissão ou do Parlamento. Lamentou-se mesmo a perda da figura -“capaz de parar o tráfico em todo o mundo”- de Tony Blair e descrebeu-se a surpresa que receberia Hu Jintao ao aparecer no seu escritório um belga ex primeiro ministro representando a tantos milhões de europeus.

Os elegidos puderam ser outros e máis conhecidos. O mesmo se pudo ter dito no início da sua vida governametal a respeito do citado premier británico ou de Felipe González, José Luís Rodríguez Zapatero, José Sócrates -também de Trás os Montes-, Barack Obama ou Wen Jiabao. Assim e todo, não carece de importância o carácter de Herman Van Rompay como Presidente do Governo belga, tanto mais se procede de uma nação como Flandres que loita polo seu pleno reconhecimento e ten como própria uma língua antes marginada, sem deixar de saber outras trés. Tampouco de pode desconsiderar que a Catherine Ashton europeista procede do Reino Unido euroescéptico, onde foi ministra em Londres, tendo na Comissão a responsabilidade do Comercio Internacional, campo no que a UE fala com uma única voz. As palabras de ambos após a sua eleição parecem inteligentes e decididas. O que fagam mais adiante, numa instituição tão revolucionária na história dos Estados e numa sociedade tão, afortunadamente, diversa não dependerá só deles.

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Camilo Nogueira

Camilo Nogueira Román naceu en Lavadores (Vigo) en 1936. Enxeñeiro industrial e economista, foi eurodeputado polo BNG entre os anos 1999 e 2004.



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