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Uxío-Breogán Diéguez

Antom Moreda ou do compromisso com umha Terra Livre

09:42 05/02/2010

Hoje sigo a pensar nesse sonho utópico que é a independência da Galiza.
A. Moreda

Assi dizia o Antom hai dias, quando parolavamos tentando nom tratar da sua doença...

Se bem para alguns o seu nome di algo, mesmo muito, para as e os máis -assi che é este país-, nada. Ao igual acontece coa Irmandade Galega, as Mocedades Galeguistas, o DRIL, o grupo Brais Pinto ou o Consello da Mocedade, realidades todas elas com as que el tivo relaçom de cheio.

Corriam os anos corenta e cinquenta do passado século e a pegada do Partido Galeguista ficava presente na colectividade expatriada e exiliada em América do Sul. Alexandre Bóveda, primeiro secretário geral desta organizaçom e assassinado en agosto do 1936, seria desde 1942 o representante de todas aquelas e aqueles que morreram pola democracia, pola República... por umha Galiza nossa, sob a iniciativa da Irmandade Galega que aprovara esse ano a celebraçom do ‘Dia dos Mártires Galegos’ cada dezassete de agosto. Nesse ambiente, aínda que algúns anos depois, Antom Moreda seria um dos impulsores da reconstituiçom do nacionalismo galego no exílio, nomeadamente do juvenil, após o pasamento de Castelao no 1950.

Aquel era um nacionalismo que nom se resignava além mar a olhar umha Galiza ocupada, artelhando aquela sorte de governo galego no exílio que era o Consello de Galiza; órgao que alentaria a contestaçom patriótica ao franquismo desde o próprio país.

Nessa tentativa, e pouco despois do I Congresso da Emigraçom e o contacto com Xosé Velo e o DRIL, Antom seria enviado à Galiza para, digamos, radiografiá-la e contactar cos activistas máis novos que quedaram da desfeita do Golpe militar do ’36. Nesta linha, dá-se o encontro pouco gratificante, aínda que esclarecedor, co entorno do luguês Ramon Piñeiro. Diante deste semelhava claro, dizia o Antom, que era necessário impulsar umha realidade organizativa verdadeiramente política e nacionalista, para lhe fazer fronte ao franquismo e ensaiar a recuperaçom da velha ideia dumha ‘Galiza ceive’. Após múltiplos contactos, nomeadamente em Madrid (Espanha) e a Galiza com os integrantes do grupo Brais Pinto, botaria-se a andar em 1963 o Consello da Mocedade que Antom presidiria.

Ainda que o Conselho teria umha duraçom de a penas um ano, a sua semente, bem produtiva, caeria em terra firme; e é que a partir daquela experiência nasceriam a Union do Pobo Galego e o Partido Socialista Galego, de fulcral relevo para o movimento autodeterminista galego.

Desde aquel 1964, de queda do Consello da Mocedade -e que tanto lhe afectaria-, até os nossos dias, Antom nom mudou o seu compromisso com esta Terra e o seu Tempo, ao contrário. Aínda que apartado do activismo político num primeiro plano, -ora, participando de diversos projectos de base, caso da Associaçom e revista Gaiola-, nom deixou de seguir ferreamente acreditando na dignidade e autodeterminaçom da Galiza, assi como na justiça social. Era esta umha ideia na que teimava insistentemente nos últimos meses, mentres conversavamos de cara a saída dum livro biográfico polo que agardava pacientemente, e que agora, infelizmente, será póstumo.

Antom marchou-nos deixando umha pegada inmorredoira, o testemunho exemplar do seu compromisso vital com umha Terra Livre.


Saúde e Terra, irmao!

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Uxío

Uxío-Breogán Diéguez Cequiel, (Madrid, 1978). Licenciado en Historia pola USC, é director da revista Murguia e membro da Xunta Reitora da Fundación Alexandre Bóveda. É especialista na historia do nacionalismo galego na II República. Ten publicado diversos artigos e libros sobre esta temática »



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